sexta-feira, 9 de outubro de 2015

TEMPO - CARTA ÀS MÃES

A maternidade trouxe-lhe regras e horários anulando o desprendimento que até então tinha com as horas, com a vida. Eram suas. As horas eram suas, tão suas que as tratava por TU! O tempo era outro tempo e o dia tinha mais de  24 horas. Era fácil não pensar no jantar, poder adormecer no sofá a ver um qualquer programa da tv por cabo, acordar e ir ao ginásio antes de enfrentar o inferno do trânsito. A vida era fácil. Tempo, é talvez a palavra que mais oiço os pais dizer em consulta. Sinónimo de liberdade, de um desprendimento quase infantil. Tempo, tempo, tempo, esse tempo e a falta de tempo, para si e para os seus filhos. clichés à parte, o tempo  é efectivamente o que fazemos com ele, o que fazemos dele. É o momento que define o tempo e a frustração advém por não o termos programado. chegou o final do dia, e o que fez por si, para si hoje? 
Pare, hoje e todos os dias, guarde um tempo do tempo, para si, só para si.vá até à praia, leia o livro que está há 1 ano na cabeceira, tome um banho de imersão. Aproveite este encontro consigo mesma. E quando for para perto dos seus filhos vai ver que estará mais disponível para eles, vai ver que as nódoas de lama nas calças podem ser lavadas, brinquedos podem ser arrumados, o xixi não tem se ser feito antes de lavar os dentes. seja flexivel. seja tolerante. e seja aço na solidez do amor que vos une. Se o povo diz que a culpa é sempre das mães, também é sempre para as mães que eles correm. 



imagem@pinterest

Sem comentários:

Enviar um comentário